segunda-feira, 27 de abril de 2015
#Dubsmash versus #oVentríloquo
Alerta geral!
Todas as redes sociais se infestaram dele. Em questão de horas, já se previa que qualquer vídeo do WhatsApp ou Facebook estaria sumariamente infectado. Tantos riram, compartilharam, viralizaram, até se encherem como acontece com todo o fenômeno que explode na web e acaba devorado pela mesma efêmera asfixia por inovação.
Falo do #dubsmash – ele mesmo! – que tornou acessível o sonho dos mortais terem a voz dublada pelos imortais assíduos do Olimpo das celebridades. E não faltaram “memes” bombando aos milhões. De bordões populares até músicas épicas, todo mundo emprestou um áudio famoso pra virar estrela por alguns segundos, ou likes de curtição.
O que chamou a atenção foi a ferocidade com que esse aplicativo se espalhou. Em menos de uma semana, mais de 20 milhões (eu disse 20.000.000!!) de downloads foram feitos mundão afora. Seus criadores, três jovens alemães geeks, que só queriam se divertir na web já foram catapultados à galeria de gênios criativos do ciberespaço. Não sei se vai durar, mas já pulverizou suficientemente o universo mobile. E tudo porque mexeram com a máxima milenar humana: nada se cria, tudo se copia.
Como assim?
Primeiramente, não vou lançar gás de pimenta em algo que não passa de pura diversão recheada de muito bom humor. A web é um imenso palco democrático de exercício da liberdade criativa onde cabe todo mundo. Porém, baixando a poeira das gargalhadas, é interessante notar o fenômeno cultural e comportamental que embala os “#dubsmashers”: ser dublado por um famoso é como pegar carona na fama dele! E quanto mais destoante for essa bizarra combinação, mais curtirão…
A verdade é que a dublagem nunca terá o crivo pleno da autenticidade. Não sei você, mas prefiro mil vezes legendar os olhos com letrinhas infinitas de filmes do que perder a genuinidade do diálogo real. Porque nada substitui o original, por mais perfeita que seja a réplica. E, ao contrário do #dubsmash, quando buscamos algo legítimo nos frustramos com o descaso da imitação – tanto no dia-dia quanto no anseio por algo mais.
Certa vez, alguém tentou dissuadir a verdade divina lá no Céu e desde então vem dublando o verdadeiro com o falsificado. Numa versão muito sem-graça, o aplicativo do pecado dissimula o certo com o errado, a verdade com o talvez, e o amor com a indiferença. É a ventriloquização da eternidade – ou seja, aquele que promete um paraíso de cera não passa do arqui-inimigo da felicidade plena disponível a todos os jovens. Enganador, o maligno travestido de prazer burla de cores a completa ausência de Luz, largando seus iludidos na solidão de uma existência sem sentido.
É isso que você quer?
Se dou risada das patéticas montagens dos vídeos dubsmashinianos, fico assustadoramente triste com a legião de enganados na direção do fútil. Estão trocando princípios por preferências enquanto diluem o que é bom no que dura pouco – tão pouco. E como eu gostaria de gritar pra ser ouvido “ei, alô-ôw, sai daí, não é por aí não! cai fora já!”. Afinal, miragens são traiçoeiras e desponta uma geração que precisa reivindicar o bem sobre todos os disfarces do mal.
Quer mais? Uma recente pesquisa feita pelo Barna Institute descobriu que apenas 8% dos millenials priorizam a modernidade tecnológica ao irem à igreja. Porém, 74% deles querem encontrar a Deus em qualquer lugar convincente que seja realmente relevante às suas necessidades. Isto é, a inovação jamais superará a coerência, e a veracidade da mensagem será sempre o capital mais precioso neste mundo maquiado de tentações.
Portanto, que tal revolucionar as trevas sob o poder autêntico do Deus que rege sua vida? Dublagem? Só se for pra brincar em águas virtuais – pois, na vida real não aceite nada menos que a plenitude revelada na verdade capaz de dar solidez aos seus sonhos mais eternos. Seja fiel e comprometido com o que é correto como a bússola se atrai pelo polo. Ainda que os céus despenquem.
Avançando assim, você descobrirá a essência máxima do cristianismo: que ele é real.
Fonte
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